5 resultados para Raiva

em SAPIENTIA - Universidade do Algarve - Portugal


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A terapia génica tem-se revelado uma alternativa relevante no tratamento de doenças neurodegenerativas (DN). Contudo, a entrega de vetores para transferência génica no cérebro representa ainda um enorme desafio devido à presença da barreira hemato-encefálica (BHE). A BHE é uma interface dinâmica e seletiva entre o sangue e o cérebro, constituída pelas células endoteliais cerebrais, astrócitos e pericitos, desempenhando um importante papel na regulação da homeostasia cerebral. A BHE representa um dos maiores obstáculos no tratamento de DN, uma vez que esta barreira impede o transporte para o cérebro da maioria das moléculas terapêuticas, incluindo os vetores para terapia génica. Embora tenham sido desenvolvidos diferentes modelos in vitro da BHE de forma a avaliar o transporte de fármacos através da BHE, muito poucos foram criados com o intuito de testar a permeabilidade desta barreira a vetores de terapia génica. O presente trabalho teve como objetivo principal o desenvolvimento e a avaliação de modelos in vitro de BHE que permitam a investigação da capacidade dos vetores de terapia génica de penetrarem no cérebro. No nosso estudo, foram testados diferentes modelos in vitro de BHE em monocultura, constituídos por células endoteliais de rato ou murganho (RBE4 e bEnd3, respetivamente), e modelos de co-cultura, que combinam células endoteliais com células neuronais (Neuro2a) ou astrócitos primários, cultivados num sistema transwell. Para caraterizar estes modelos foram realizados testes de permeabilidade e de resistência elétrica transendotelial, bem como estudos baseados na técnica de PCR quantitativo e na imunocitoquímica das proteínas das junções intercelulares. Verificámos que os modelos baseados na cultura de células bEnd3 e células neuronais ou astrócitos apresentavam as melhores propriedades de barreira. Posteriormente foi avaliada nos modelos selecionados a penetração de um vetor não-viral que reconhecidamente tem a capacidade de atravessar in vivo a BHE: o peptídeo da glicoproteína do vírus da raiva (RGV-9r). Os siRNAs marcados com um fluoróforo e acoplados ao peptídeo RVG-9r foram capazes de penetrar eficientemente as células bEnd3, localizadas no lado luminal do insert, via endocitose mediada por recetores, e ainda de penetrar os astrócitos ou células neuronais, previamente cultivadas no lado abluminal. Estes resultados correlacionam-se, de forma clara, com os resultados previamente descritos em estudos in vivo. Em conclusão, os modelos in vitro de BHE baseados na co-cultura de células bEnd3 com células Neuro2a ou astrócitos, têm grande potencial na seleção de candidatos a vetores de terapia génica para o cérebro, uma vez que apresentam importantes características da BHE e se baseiam num método fácil e reprodutível. Tal facto representa uma promessa significativa para a identificação de novas estratégias de terapia génica não invasiva para o tratamento de doenças neurológicas.

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A incapacidade para reconhecer e expressar adequadamente emoções tem sido comumente verificada em grupos clínicos com perturbação do desenvolvimento (e.g. autismo). Alguns autores verificaram semelhanças no comportamento emocional entre sujeitos com perturbação do desenvolvimento e sujeitos com perturbações clinicas e da personalidade. Neste contexto, o estudo da personalidade patológica e normal passou a ser alvo de interesse por parte de autores dedicados ao estudo do processamento de emoções e da sua influência no comportamento social. Neste sentido, e à semelhança do que tem sido realizado em estudos recentes, foi nosso objetivo avaliar de que forma os diferentes traços de personalidade influenciam a capacidade para reconhecer emoções básicas através da face. Para tal, foram testados 72 participantes da população geral (42 mulheres e 30 homens) com uma média de idades de 23.29 (± 3.38) anos e uma média de escolaridade de 15.47 (± 2.13) anos. Todos os sujeitos responderam a um instrumento de personalidade e psicopatologia (Inventário Clínico Multiaxial de Millon- III) sendo posteriormente distribuídos por duas análises: Análise 1- Grupo sem sintomatologia composto pelos grupos: personalidade histriónica (N=18), personalidade compulsiva (N=18) e personalidade narcisista (N=13); e Análise 2- Grupo com sintomatologia que se subdivide em: grupo com ansiedade (N=13), grupo com hipomania (N=8) e grupo sem sintomas (N=13). Depois de avaliada a estrutura de personalidade e as funções executivas, os participantes responderam a uma tarefa visual para a avaliação do processamento de emoções básicas com recurso ao software Presentation. Os principais resultados revelam diferenças significativas para o processamento da emoção tristeza no grupo sem sintomatologia, com o grupo com características de personalidade narcisista a revelar uma menor acuidade que os restantes grupos. No grupo com sintomatologia, o grupo com ansiedade apresentou uma menor acuidade na emoção raiva, quando comparado com o grupo saudável. Estes resultados são discutidos tendo por base um quadro concetual que sugere que o processamento de emoções básicas varia de acordo com a estrutura de personalidade.

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No presente trabalho apresentam-se dois estudos. O primeiro dos estudos teve como objetivo a adaptação ao português do Inventário de Obsessões e Compulsões de Vancouver (VOCI; Thordarson, Radomsky, Rachman, Shafran, Sawchuk & Hakstian, 2004). O segundo dos estudos teve como objetivo induzir, de forma experimental, a sensação de contaminação mental através da imaginação de uma situação de traição. No estudo de adaptação do VOCI participaram 180 indivíduos da população geral não-clínica com idades compreendidas entre os 18 e os 75 anos e 120 estudantes universitários com idades compreendidas entre os 18 e os 25 anos que preencheram além do VOCI, a Escala de sensibilidade de Contaminação (S-CTN; Rachman, 2006 cit in Coughtrey, Shafran, Knibbs & Rachman, 2012). Sessenta dos participantes completaram de novo o VOCI após um intervalo de 8 semanas. A amostra final ficou constituída por 292 participantes. Para conhecer a estrutura interna do VOCI, foi realizada uma análise fatorial exploratória. Obtiveram-se 6 fatores que explicaram 39% da variância total. Os fatores obtidos replicaram a estrutura original do VOCI Contaminação, Verificação, Obsessões, Acumulação, Incerteza, Just Right. Quer o total do VOCI quer as seis subescalas obtidas mostraram excelentes níveis de consistência interna, fiabilidade temporal e validade convergente. De acordo com os nossos resultados, podemos considerar que a versão portuguesa do VOCI apresenta garantias psicométricas suficientes para que possa ser utilizada na população Portuguesa. No segundo estudo, participaram 60 estudantes universitários, 30 do género feminino e 30 do género masculino, com idades compreendidas entre os 18 e os 25 anos. Os participantes foram aleatoriamente divididos em dois grupos: um grupo de controlo (GC) e um grupo experimental (GE). Neste estudo recorreu-se a um desenho experimental 2x4 (2 condições x 4 momentos). Inicialmente os participantes preencheram um conjunto de questionários e de seguida foram instruídos para ouvir uma gravação de voz relativa à sua condição (controlo/experimental). Posteriormente foi-lhes dada uma pausa de 5 minutos e, no quarto e último momento, os participantes foram submetidos a uma pequena entrevista final. Os resultados obtidos após a manipulação experimental revelaram que o GE apresentou valores significativamente mais elevados de desconforto que o GC, ou seja, a manipulação experimental desencadeou emoções negativas (tais como a raiva ou a tristeza). Não se verificou, no entanto, o efeito da manipulação experimental relativamente à capacidade dos participantes para localizar a sujidade em alguma parte do interior ou exterior do corpo. Em suma, no presente estudo não foi possível induzir contaminação mental através da imaginação de uma situação de traição bem como a localização da sensação de sujidade, o aparecimento de emoções/sentimentos negativos, do impulso de se lavar, de evitamento e de estratégias de neutralização e de lavagem.

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A literatura mostra que a empatia se relaciona com o reconhecimento de emoções (e.g., Dimberg, Andréasson, & Thunberg, 2011) e é influenciada pelo alvo percecionado (Rueckert, Branch, & Doan, 2011). Uma das justificações para o efeito do alvo parece dever-se ao self-construto interdependente (Davis, 2004). As diferenças de género são relevantes, uma vez que as mulheres demonstram ser superiores aos homens na capacidade empática (e.g., Davis, 1980), no reconhecimento de emoções (e.g., Hall & Matsumoto, 2004), no grau de empatia sentida face a relações próximas (Rueckert et al., 2011) e na tendência para ser interdependente (e.g., Gore & Cross, 2011). O objetivo deste estudo foi observar a relação da empatia com a capacidade de reconhecer emoções e com o alvo de empatia, tendo em consideração as diferenças de género do observador. Para a realização do estudo utilizou-se uma amostra de conveniência, constituída por 150 participantes (50% mulheres), com idades compreendidas entre os 18 e os 63 anos. Os resultados mostram que a empatia não se relaciona, no global, com a capacidade de reconhecer expressões faciais emocionais. Observou-se também que existe um efeito do alvo no grau de empatia sentida pelo participante. Os participantes empatizam mais quando o alvo é um amigo do que quando é um indivíduo desconhecido ou com o qual não se identificam. Ambas as escalas de empatia se correlacionaram positivamente com a Escala de Self-Construto Interdependente. As diferenças de género foram observadas na capacidade empática e limitadas a algumas emoções no reconhecimento de expressões faciais. Não se observaram diferenças no grau de empatia sentida pelo alvo de empatia nem no índice de interdependência dos participantes. Quanto ao reconhecimento de emoções, a alegria, a surpresa e a raiva foram as mais facilmente reconhecidas, sendo a alegria e a raiva as mais rápidas. O medo foi a emoção com um índice de acertos mais baixo e um maior tempo despendido com o seu reconhecimento. Os resultados foram discutidos com base na literatura já existente.

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Dissertação de mestrado, Psicologia Clínica e da Saúde, Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, Universidade do Algarve, 2015